quinta-feira, 30 de junho de 2011

Não sei pq vc se foi...

30 de junho de 1994, um dia que eu preferia esquecer!
Nesse dia, eu, com apenas 9 anos, perdi a pessoa que mais amava na vida: meu pai.
Não consigo lembrar de muita coisa da minha infância e sei que isso se deve tb a esse trauma que sofri, mas do dia 30/06 me lembro com detalhes. Lembro da movimentação na minha casa quando cheguei da casa de minha dinda, de minha avó atravessando na minha frente pra eu não atender o telefone, da mentira contada por ela de que minha mãe estava no médico, da fisionomia das pessoas me olhando (nesse dia descobri o que era "pena"), de minha mãe chegando do tal "médico" e me levando com meu irmão de 7 anos para o quarto, da fala dela: "aconteceu um acidente com papai e ele não resistiu...", do meu desespero correndo do quarto, da raiva de meus dindos por terem mentido pra mim, da sensação de vazio. Essa então eu guardo até hoje. Por mais amores que se tenha, por mais pessoas que se conheça, por mais que me sinta amada, esse vazio nunca conseguiu ser preenchido. Ele não estava lá na minha formatura da 4º série... e nem no dia dos pais quando a escola fez uma excursão para o Hotel Transamérica pra comemorar o dia. Que dor não ter mais um pai! Ele tb não estava lá pra dançar valsa comigo nos 15 anos, pra comemorar a minha formatura, pra entrar na igreja comigo no dia do meu casamento. Ele sempre esteve presente e eu sempre senti isso... mas as vezes queria não só ter que sentir, sinto falta da presença física mesmo, do abraço, do carinho. Ele era do tipo paizão sabe? Daqueles que chegam junto, curte com os filhos, baba mesmo. Lembro das nossas idas pra casa de praia nos fins de semana... a padaria Pontal e o restaurante Barbantes em frente ao aeroporto eram paradas obrigatórias. Como me sentia protegida ao lado dele. Como é triste não tê-lo mais aqui. As vezes fico me perguntando "pq justo ele?". E já tive muita raiva do mundo por causa disso tb. Mas hj tento não brigar mais pois se tem uma coisa que aprendi é que tem situações que, por mais que machuquem, não mudam. Parafraseando Fábio Júnior, já tentei, vivi e pedi com loucura pra ele renascer... mas não adiantou. Então, eu vou indo... "Pode ser que daqui a algum tempo haja tempo pra gente ser mais...". A saudade é grande, o vazio incomoda e se tem uma coisa que posso dizer com conhecimento de causa é que a dor não diminui com o passar do tempo. Parece que ela aumenta e sufoca cada vez mais... =(






Um comentário:

  1. Pai, é tudo, eu tenho um apego com o meu que é muito grande, tava lendo o seu post, e não me imagino sem ele, imagino como está data deve ser dolorosa, mas força sempre, até mais...

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